Serpins, fica situado a nordeste do concelho da Lousã, nas margens do rio Ceira a 9 Km da Vila da Lousã, constituindo uma das suas 5 freguesias e a 28 de Coimbra. A freguesia de Serpins é um dos mais antigos aglomerados populacionais do concelho. Apesar de no início da nacionalidade a paróquia de Santa Maria de Serpins integrar o Mosteiro de Lorvão, o povoamento da freguesia parece ser bem anterior a essa data (século XII). Já em 943 figura Serpins (topónimo antroponímico?) como "villa" rústica no território do Castelo de Arouce — "et est illa villa imn território Arauz discurrente ribulo Seira —, sendo então metade dela de um Zoleiman (Salomão), por cognome Abaiub e casado com Flâmula (Châmoa ou Chama, já no romance de então). O nome cristão da mulher e o nome e cognome arábicos do possessor mostram evidentemente um rico privado moçárabe. A outra parte da "villa" de Serpins devia ser já então dos antepassados do notável conde Gonçalo Monis." O povoamento local deverá recuar à época romana, remontando a esse tempo, talvez, o próprio topónimo. Pelas invasões de Almansor, caiu a "villa" sob o domínio arábico (fins do século X). D. Manuel I deu-lhe foral, em Lisboa, a 27 de Fevereiro de 1514. A povoação fez-se então vila, cabeça de concelho criado e extinto por causas senhoriais (com a reforma administrativa de 1836) pelo liberalismo. Existe ainda na freguesia um Pelourinho, monumento nacional que, apesar de reconstruído há algumas décadas, é composto pelo fuste com esquinas chanfradas sobre três degraus e um plinto e pela pinha ou remate, na qual se pode ver um escudo nacional, na forma típica do século XVI. Mostra ainda o escudo nacional típico do século XVI.
São conhecidas as lutas do povo de Serpins, nomeadamente as lutas travadas em meados do século para reaver o usufruto dos baldios da freguesia. A determinada altura a Câmara Municipal da Lousã apoderou-se dos baldios que havia em Serpins, e fez negócios com alguns indivíduos para que reflorestassem e explorassem as matas. A população não gostou, revoltou-se, lutou pelos seus direitos e conseguiu reaver os terrenos, hoje na sua totalidade sob a tutela da Junta de Freguesia.
Mas o acontecimento que marcou definitivamente a história de Serpins foi o surgimento do caminho de ferro. O Ramal da Lousã, projectado inicialmente para servir concelhos vizinhos, chegou a Serpins numa segunda fase e proporcionou o desenvolvimento de algumas indústrias na freguesia. Foi exemplo desse desenvolvimento a Fábrica de Papel do Boque, que entrou em decadência nos anos 80/90 do século XX e onde funcionou a primeira máquina de fazer papel contínuo que houve em Portugal e, mais recentemente, uma grande fábrica de material eléctrico (EFAPEL), que dá emprego a cerca de 250 trabalhadores. Para além da estabilização de emprego, uma das grandes preocupações do actual executivo é o bem estar da população. Os acessos estão hoje bastante melhorados, algumas ligações de esgotos encontram-se concluídas, e o posto médico e o centro do dia têm novas instalações. Outra das reivindicações dos Serpinenses foi recentemente atendida: a criação de uma Corporação de Bombeiros, que apesar de recente já tem recebido muitos louvores do outras associações humanitárias de todo o país.
Concelho: Lousã
Área: 36,12 km²
População: 1 712 hab. (2001)
Densidade: 47,4 hab./km²
Padroeira: Nª Srª do Socorro
Código postal: 3200 Serpins
Endereço da Junta de Freguesia: http://www.junta-serpins.pt/jfs.htm
Retirado de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Serpins"
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